Coluna publicada na edição impressa de 01-07-13
VIAGEM
Imagine uma pessoa que resolveu tirar um mês de férias no exterior ou
em algum lugar bem afastado onde ficou descansando sem receber nenhuma
notícia do País nos últimos trinta dias, só espairecendo. Esse mesmo
cidadão retorna de viagem e, assim que chega, fica sabendo que ocorreram
“algumas mudanças” no Brasil.
MUDANÇAS
Aí ele pergunta: o que mudou? Seu interlocutor pede para ele sentar e
começa a contar: “a população foi às ruas para reclamar da precariedade
dos serviços públicos, do péssimo transporte público, da falta de
segurança, da falta de médicos e remédios, da corrupção e da morosidade
no trabalho dos políticos, enfim, as pessoas reclamaram de quase tudo.
Algumas manifestações foram violentas, mas a maioria foi pacífica”.
INCRÉDULO
O viajante então diz: “mas protestar não quer dizer que eles vão
conseguir mudar alguma coisa”. E o amigo comenta: “só que os políticos
ficaram com muito medo. A tarifa de ônibus foi reduzida na maioria das
cidades, o pedágio não terá aumento neste ano, a presidente está falando
em referendo, em plebiscito para poder fazer emendas na Constituição.
Os deputados, em menos de um dia, rejeitaram a PEC 37, que iria tirar o
poder de investigação do Ministério Público e estão desenterrando
projetos que estavam parados há vários anos, tudo para favorecer a
população”.
PRISÃO
Surpreso, o viajante afirma: “Isso é verdade mesmo?”. O amigo completa:
“É sim, teve até um deputado federal de Rondônia que foi preso por
desviar dinheiro da Assembleia Legislativa do seu estado. Foi o primeiro
deputado na história do Congresso a ser preso durante um mandato”.
“Poxa vida. Parece que o Brasil acordou mesmo!”, exclamou o viajante, ao
saber também que a popularidade da presidente Dilma despencou de 57%
para 33% em apenas três semanas. “Tudo isso ocorreu em tão pouco tempo e
eu não estava aqui para ver”, reclamou.
MARCO
Definitivamente o mês de junho de 2013 já entrou para a história do
País. As manifestações realizadas até agora se transformaram num marco
das mudanças que ainda precisam ser feitas, que não são poucas. E pelo
jeito, o povo aprendeu que pode buscar seus direitos cobrando mais
agilidade e transparência de seus políticos. Cabe a eles agora maior
criatividade na condução do poder e na melhoria dos serviços públicos,
em qualquer esfera.
José Antonio Encinas
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